O dia em que morri.
Estranho? Nem tanto. Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo! Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu. A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono. Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável. Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam. Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes. Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade